poetas operários de letras
esta na hora mais que certa
deixem-se de tretas
usem a linguagem correcta
ensinem as gerações
que a luta sem paixão
não aquece os corações
sedentos de pão
a fruta que nos roubaram sempre
é nossa por direito
e se houver uma bala que entre
que venha direita ao peito
ao menos mata
não engana
professores do regime
sofrem de esgana
o aluno deprime
a liberdade sana
sois podres e fedorentos
gritem alto que vale a pena lutar
vale a pena mudar
terça-feira, 30 de novembro de 2010
domingo, 28 de novembro de 2010
sábado, 6 de novembro de 2010
escrita de sangue

este poema senhores poetas e poetisas
não foi feito para ser acarinhado
tem espinhos cravados em peles caídas
ensanguentadas por lambidelas adaptado
falo com uma faca espetada no bucho
que me expõe as tripas fedorentas
saem com fel palavras de repuxo
que exacerbam hostes pestilentas
escrevo com a cor do sangue da minha nação
na esperança dividida por causa nobre
parem poetas frívolos de tanta paixão
insuportável angustia desta escrita pobre
caros poetas e poetisas com a liberdade em estandarte
escrevo como vomito
decerto não é arte .
longa é a estrada

quero dizer-te que ainda espero po ti neste lugar sem ter mudado nada absolutamente nada quero subir ao alto da pedra mais alta gritar em voz ensurdecedora fazer os rios pararem com dores nos rins quero dissipar o nevoeiro das árvores espessas quero tocar piano nas nuvens quentes quero ter o teu sorriso enquanto espero ainda por ti quero que depois de quedada a ultima folha de outono depois da neve de inverno sóbrios de manha na serenidade do alvorecer saibas que definitivamente espero por ti . |
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Mais uma noite de blues !
quero ser eu
quero sentar-me no banco de um bar
num cantinho de breu
a ouvir blues e só
quero ser eu
quero fumar noite dentro cigarros de saudade
ao som da nostalgia
e beber café ate que os olhos me saiam das orbitas
quero ser eu
nessa guitarra surda que não comove
na trompete que desafia o wisky do copo das outras almas
e de manha
quero ser eu
e fumar um cigarro
acompanhado de um café
sair do bar e assobiar ate ao trabalho
quero ser eu e já sou
mais uma noite de blues !
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
O que dizer quando se ama
o que dizer quando se ama ?
se pensa estar apaixonado ?
desenhar no céu uma cama
e nela dormir atordoado
cair nos braços da ternura
em busca da voz quente
de num olhar que perdura
com beijos em tinta permanente
que dizer da falta de sentido?
das palavras usadas sem sabor
sussurradas por vezes ao ouvido
perenes promessas do amor
o que alguma vez senti não sei
porque não sei dizer amor
porque talvez nunca tentei
olhar para ti sem pudor
e depois do silencio ensurdecedor
da penumbra no teu olhar
trago a mim um palhaço e um cantor
um rio de gente que sabe amar
e corre com tal força essa gente
e corro com tanta forca dessa gente
o que dizer quando se ama?
o melhor será ficar calado!
manesflama (jose neves)
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Senta-te
senta-te ao meu lado
diz-me baixinho coisas boas
de ouvir
já estou farto das coisas más
aquelas que não quero sentir
diz-me baixinho coisas
e coisas no céu estrelado
vozes de nuvens
árvores a sorrir
senta-te ao meu lado
qualquer lado
só não deixes
o rio secar
as pedras chorar
vou ficar aqui sentado
e vou sorrir
e vais partir
e vais partir
manesflama (jose neves)
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Quero posso e mando!
quero posso e mando
de forma abstracta
ou mesmo disforme
quero a morte que me mate
posso aceder-lhe dignamente?
mando que findem o sofrimento
sou tratado inumana-mente
nesta sociedade preconceito
é lei é forca sem corda
somos o produto de mentiras
somos o rescaldo de um fogo
somos ,somos ...
temos que mudar!
manesflama (jose neves)
sábado, 28 de agosto de 2010
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Um Deus meu
do peito aberto
um coração bionico
um ser altruísta
sangue anticolérico
paz no mundo
ao homem imundo
que domina a existência
haja prudência!
falácia teatral
pagode brutal
fecha-se o peito
esparrama-se no leito
ferve o sangue
esteriliza o ódio
engole-se a paz
um cálice de vida
um beijo de vinho
um sorriso cruel
as palavras soltas
mortas no papel
raios partam a ciência
que não nos salva
pó distinto
alto!
voltem as costas !
alto!
dormem que já passou?
e dormem que sereno passa a barca .
manesflama (jose neves)
um coração bionico
um ser altruísta
sangue anticolérico
paz no mundo
ao homem imundo
que domina a existência
haja prudência!
falácia teatral
pagode brutal
fecha-se o peito
esparrama-se no leito
ferve o sangue
esteriliza o ódio
engole-se a paz
um cálice de vida
um beijo de vinho
um sorriso cruel
as palavras soltas
mortas no papel
raios partam a ciência
que não nos salva
pó distinto
alto!
voltem as costas !
alto!
dormem que já passou?
e dormem que sereno passa a barca .
manesflama (jose neves)
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Sou pela ultima vez feliz
fecho os sentidos pertinentes
procurando descrever-te sentir-te
viajo nas aguas cristalinas da ambiguidade
passando por verdejantes montanhas de paz
socalcos da mais pedregosa futilidade
em que me perco observando o sussurrar do vento
esvazio a mente aquela que emparedada me cegou
aquela que já não faz sentido e desvairado vou
vou ao teu encontro vou cair na areia
escaldante das tuas margens
sentir o perfume das tuas pétalas
que dançam um bailado ao som da luz que me encanta
que me faz sentir menino um menino capaz de gritar
de ser homem de ser fonte seca de desespero
as correntes que me sussurravam ferromagnéticas
acrobáticas sinapses desmembradas sem razão
vejo-te agora na margem do silencio
verde de capim de folhagem virgem coberta de raios de sol
sou pela ultima vez feliz .
manesflama (jose neves)
sábado, 26 de junho de 2010
gostava de poder falar de amor
gostava de poder falar de amor
sem perder um segundo que seja
a tentar racionalizar o sentido
do porquê auferir da mais pura dor.
do amargo ódio letal da inveja .
do amante secreto de coração partido.
gostava de poder falar de amor
e ganhar um segundo que seja
ao relógio do tempo amestrado
no decifrar de segredos perpétuos.
no beijo entre caricias de bandeja .
no entrelaçar das almas nos corpos.
gostava de poder falar de amor
as estrelas que bailam com a lua
e tão magnificamente só,me escutam .
manesflama (jose neves)
sem perder um segundo que seja
a tentar racionalizar o sentido
do porquê auferir da mais pura dor.
do amargo ódio letal da inveja .
do amante secreto de coração partido.
gostava de poder falar de amor
e ganhar um segundo que seja
ao relógio do tempo amestrado
no decifrar de segredos perpétuos.
no beijo entre caricias de bandeja .
no entrelaçar das almas nos corpos.
gostava de poder falar de amor
as estrelas que bailam com a lua
e tão magnificamente só,me escutam .
manesflama (jose neves)
terça-feira, 22 de junho de 2010
Sim
colorido sorriso
alarido zumbido
farsante!
besta ruminante
das palavras digestivas
das paisagens coloridas
arre atropelo!
que se vai a longe
casta menina simples
no altar da pureza
uma rosa branca
uma vela acesa
sangra besta idolatrada!
catarro de fumador
bosta de boi, que fedor!
atropelado por um comboio de plástico
não!
não há medo de lata, nem coragem de borracha!
nem Deus que te valha !
sai sorrindo salto alto surdo.
sim.
manesflama (jose neves)
segunda-feira, 7 de junho de 2010
a carta que eu nunca te escrevi
quero dizer que há coisas que me deixam confuso que me põem a dizer palavras soltas que o vento se cansa de transportar que as vísceras se me revoltam de não poder dar nexo as belas noitadas de maio ,e o mar revolto com tudo isto adormece no teu peito exausto da caminhada .reparo no silencio com que me brindas ,da quase indiferença que te impões e eu aqui a espera desse maldito teatro mudo e cinema cego a falta de coreografia no bailado de palavras discretas que pairam no teu abismo eu ladrão impostor de romãs nos bolsos a tua espera .
disseste que não tardavas eu sabia da incerteza no perfume da despedida e fiz que não ouvia os passos da lentidão que arrastava o óbvio.
decidido a explorar-te peguei numa estrela que estava ao meu alcance e com a luz que ela emanava ceguei todos os olhos nos olhos abertos teus firmes e realizados tristes e abandonados será que há sorrisos que definam puberdade foi essa a duvida que eu roubei e chocalhei no pulo de norte a norte da corrida que nunca hei-de vencer .
manesflama (jose neves)
disseste que não tardavas eu sabia da incerteza no perfume da despedida e fiz que não ouvia os passos da lentidão que arrastava o óbvio.
decidido a explorar-te peguei numa estrela que estava ao meu alcance e com a luz que ela emanava ceguei todos os olhos nos olhos abertos teus firmes e realizados tristes e abandonados será que há sorrisos que definam puberdade foi essa a duvida que eu roubei e chocalhei no pulo de norte a norte da corrida que nunca hei-de vencer .
manesflama (jose neves)
domingo, 6 de junho de 2010
a contrição do silencio
na controvérsia de um almoço a dois
comi um poema de versos bem temperados
e na gula de sentir os prazeres do palato
comi sem deixar migalhas, que vergonha!
de vinho doce e angustia de laranja
fingi sorrisos de comprometedor prazer
a tua companhia que me ligava ao mundo
a serenata de garfo e faca o romper
de palavras feitas de açúcar no bebericar do dia
embriagado pela brisa do mar que me olhavas desconfiado pescando os olhos vermelhos ao fumo da passagem por um cigarro comum
venhas ou não dizer que o meu ser é angustia
és mais do que a verde pastagem serena das vozes do monte .
és a minha companhia nestes verdes de Maio que juntos descobrimos a verdade do sabor do que almoçámos .
quebro o silencio guardado na foz do rio que renega a grandeza do mar onde eu vou acabar
e num sorriso digo-te ate breve .
manesflama (jose neves)
sábado, 5 de junho de 2010
ser feliz
quinta-feira, 3 de junho de 2010
viagem
hoje sentei-me na cauda de um cometa
que estava distraído a ler um livro
levou-me ao fundo do mar mais fundo
encontrei um piano que tocava melodias
o cometa adormeceu,deixou cair o livro
que voou para bem longe do afago nocturno
das estrelas vagabundas desse deserto sem musica
perdido distante do céu voltei acordei o cometa
falei com o piano que já não tocava nadei de volta ao meu consciente com bandeiras vermelhas de sangue e um sacerdote embriagado em rituais de fogo a maldita viagem dogmática enigmática errática foi a viagem foi a viagem foi a viagem
manesflama (jose neves)
que estava distraído a ler um livro
levou-me ao fundo do mar mais fundo
encontrei um piano que tocava melodias
o cometa adormeceu,deixou cair o livro
que voou para bem longe do afago nocturno
das estrelas vagabundas desse deserto sem musica
perdido distante do céu voltei acordei o cometa
falei com o piano que já não tocava nadei de volta ao meu consciente com bandeiras vermelhas de sangue e um sacerdote embriagado em rituais de fogo a maldita viagem dogmática enigmática errática foi a viagem foi a viagem foi a viagem
manesflama (jose neves)
terça-feira, 1 de junho de 2010
A raiva
quero partir os meus próprios dentes
que habitam na fossa do meu ser
assim as palavras veneno de serpentes
ecoariam de forma livre sem apodrecer
decerto algum desalinho dos iões positivos
não vou culpar um deus ou falso demónio
vou injectar sódio ou outros respectivos
e esperar ate ao rebentar do crânio
a raiva dentro de mim só em mim aumenta
tenho um colete de forcas intravenoso
que só a morte vai terminar a tormenta
o sabor da derrota do desistir penoso
critico do sol da lua e astros presentes
não os posso morder já parti os meus dentes.
que habitam na fossa do meu ser
assim as palavras veneno de serpentes
ecoariam de forma livre sem apodrecer
decerto algum desalinho dos iões positivos
não vou culpar um deus ou falso demónio
vou injectar sódio ou outros respectivos
e esperar ate ao rebentar do crânio
a raiva dentro de mim só em mim aumenta
tenho um colete de forcas intravenoso
que só a morte vai terminar a tormenta
o sabor da derrota do desistir penoso
critico do sol da lua e astros presentes
não os posso morder já parti os meus dentes.
De todas as janelas
De todas as janelas
fechadas ou abertas
que dão para a rua
que dão para as ruas
deixo ideias na minha ida
cada vez que deixo a janela
quebro o pensamento
pensamento índole da vida
um mundo aberto á sede
as hipóteses filosóficas
nos pregoes que se ouvem
esquecidos nas paredes
de cal branca alheia
na relegiao que nada ensina
a caligrafia do homem
que já não chora
que é estátua de ferro
enferrujado das lágrimas do tempo
que existe sem duvida como eu existo
como eu pressinto que não sou
na mentira ebria sem musicalidade alguma
dessas imagens do mundo que das janelas saiam
tão inúteis e estúpidas quanto eu
humano mas inútil.
sim inútil!
Por consequência do presente
não quero parecer nada passado
nem do futuro imperfeito a que nos obrigam a ser.
Passo ao largo no meu carro velho
no meu triste olhar das janelas
abertas ou fechadas
da confusão que tento sair
olho uma vez mais
já não esta
foi-se num salto de malabarista
confundido com o nevoeiro
próprio destas manhas cinzentas
lavo a cara num desespero
corro abro a porta
saio de casa sem fôlego
sim !
Esta tudo na mesma
Fecho a janela .
manesflama (jose neves)
terça-feira, 25 de maio de 2010
poesia enigmática
pondo-me de costas
viro-me do avesso
pasmo com as cobras
que envenenam o verso
cripta dormente
cardos fluorescentes
almas no sol poente
presas pelos dentes
caca de pardal
ovo de tartaruga
taça de cristal
na face uma verruga
ponto final
cripta matemática
poesia enigmática
manesflama (jose neves)
viro-me do avesso
pasmo com as cobras
que envenenam o verso
cripta dormente
cardos fluorescentes
almas no sol poente
presas pelos dentes
caca de pardal
ovo de tartaruga
taça de cristal
na face uma verruga
ponto final
cripta matemática
poesia enigmática
manesflama (jose neves)
terça-feira, 18 de maio de 2010
Por onde andas tu?
Por onde andas tu?
Velo a tua presença
sinto a tua distancia
as sombras num branco nu
causam tamanha descrença
ruindo sonhos de criança
nos beijos de pétalas irreais
em lábios de sal vermelho
com raiavas existenciais
por querer ser uma vez mais
o pincel frenético
a tinta mórbida
o pano cru
por onde andas tu?
manesflama (jose neves)
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Desculpem qualquer coisinha
desculpem qualquer coisinha
audaciosos e ilustres senhores
que escrevem de forma tão fofinha
sobre a vida e seus amores
desculpem a minha teimosia
de falar-vos de forma frontal
das coisas que descrevem
uma existência nojenta e banal
porque fogem com a ladainha
do amor e alma em sofrimento
desculpem qualquer coisinha
morrem homens neste momento
sem causar muito alarido
gostaria de salientar
o homem foi mal parido
esta na hora de consertar
nunca parem de escrever
mas tenham muita atenção
amor podre e alma fútil
aguas podres da educação
desculpem qualquer coisinha
é que ao silencio não me retiro
fazer barulho é coisa minha
porque não sou um vampiro!
manesflama (jose neves)
audaciosos e ilustres senhores
que escrevem de forma tão fofinha
sobre a vida e seus amores
desculpem a minha teimosia
de falar-vos de forma frontal
das coisas que descrevem
uma existência nojenta e banal
porque fogem com a ladainha
do amor e alma em sofrimento
desculpem qualquer coisinha
morrem homens neste momento
sem causar muito alarido
gostaria de salientar
o homem foi mal parido
esta na hora de consertar
nunca parem de escrever
mas tenham muita atenção
amor podre e alma fútil
aguas podres da educação
desculpem qualquer coisinha
é que ao silencio não me retiro
fazer barulho é coisa minha
porque não sou um vampiro!
manesflama (jose neves)
segunda-feira, 12 de abril de 2010
em busca de um sonho
em busca de um sonho ri de quem já sabe tudo e chora em auto critica inventou o cinema mudo a personagem fatídica. em busca de um sonho aquele que anda a solta na procura do real pesquisa na revolta a sua frescura ancestral. em busca de um sonho abre o cárcere das letras malditas sejam que ali ficaram esquecidas na lua nova sofreram as mãos dos déspotas facas afiadas que cortaram as raízes da sua trova . em busca de um sonho vê na pálpebra molhada a amargura a indefinição a alegria torturada a vida em putrefacção. em busca de um sonho vaidoso e bem falante disfarçado de sentimento incapaz de ser arrogante na calunia ou desalento paria frases sem pudor palavras soltas ao vento portos de mar distante onde se despeja a dor. em busca de um sonho e no ventre da barcaça que parira o maldito sol apodrecia o filho bastardo com rituais de um adeus maior. |
manesflama (jose neves) |
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Os filhos da Liberdade
A morte subiu ao palco com a força da multidão
Desprezada, iludida, maltratada era mera ilusão
Os feitos de grandes homens desta forte nação
Encarregues de iludir o povo que luta pelo pão
Exibem a guerra de corrente
Feita de sangue avinagrado
Das veias secas de um rio pungente
Onde navega o homem condenado
No palco onde dançam bailarinas da desordem
Empolgam-se outros conscientes da verdade
Sussurram baixinho a medo que acordem
Os sempre adormecidos,os filhos da Liberdade.
manesflama (jose neves)
Desprezada, iludida, maltratada era mera ilusão
Os feitos de grandes homens desta forte nação
Encarregues de iludir o povo que luta pelo pão
Exibem a guerra de corrente
Feita de sangue avinagrado
Das veias secas de um rio pungente
Onde navega o homem condenado
No palco onde dançam bailarinas da desordem
Empolgam-se outros conscientes da verdade
Sussurram baixinho a medo que acordem
Os sempre adormecidos,os filhos da Liberdade.
manesflama (jose neves)
sábado, 3 de abril de 2010
Uma rosa a luz da Lua
E porque já não consigo dormir
escrevo durante a noite
aquilo que me perturba
tem a face em cores de primavera
não tenho sono nem paciência
nem amigos ou inimigos.
Todos os meus recursos se esgotaram
e acabo sem maneiras
a mente e o coração em guerra
as estrelas com inveja da lua
a lua com inveja das estrelas
E a esta distancia
o inimigo empobrece.
E a Lua pergunta:
-Quanto tempo terei de esperar
pelo meu próprio sol?
Quando a rosa murchar
o jardim aos poucos desaparecerá
os segredos revelados
o amor nada tem a ver com os cinco sentidos.
Um momento de alegria
sinto a corrente da agua da vida
não vás a lado algum sem mim
nada pior do que caminhar sem ti
e da maneira que a noite
conhece os contornos da lua
vem ate mim!
Acerca-me de sombras reais
e voarei de mim mesmo,irei.
Nem portas ou telhados me segurarão!
manesflama (jose neves)
quinta-feira, 1 de abril de 2010
espelho de amor
o amor sofre preso num coração gelado que não pode voar livre num imenso céu grita , morde , chora , sonha calado a louca ambição de um dia ser teu o amor começa forte não persegue lucro mas morre fraco fútil entupido de juros a moeda do sofrimento no seu sepulcro de duas almas salpicadas desejos puros entra na minha casa ou eu saio com o teu perdão pois a minha alma absorveu o perfume teu transforma esta cesta de pó em estrelas pondo pétalas de rosa no coração em breu e como os espelhos não guardam sentimentos olho-te e parto o coração e o amor liberta-se dos fragmentos já não sabe voar cai e morre no chão. |
manesflama (jose neves) |
quarta-feira, 17 de março de 2010
debaixo do meu olhar
sem desprezar as multidões
um homem de trajes convencionais
vai rua abaixo de forma banal
olha os demais de forma normal
sente que a sua caminhada de certa forma
e uma caminhada a que chamaria de habitual
e vai rua abaixo pois rua a cima seria fatal
o homem que que era conhecido da vizinhança
que o conhecia desde os tempos de criança
há muito tempo que abandonara a vontade de controlar tudo e todos
liberto de conceitos e formas planeadas
notou que o mundo no qual caminhava , começara
a caminhar por si próprio .
a tolerância da felicidade apontada a sua existência,como alfinete de ponta fina
pronto a romper o painel do tempo repressiva e amarguradamente ,deprimente .
revelava-se em mistério de forças de vontade emergentes ostentando o quanto a magnitude dos ideais nivela os resultados dos mesmos .
a insanidade incontornável de todos os seus actos
por muitos criticados por poucos ignorados eram a sua mais valia ,no preludio da sua identidade a qual nunca abdicou ,tal fora a adaptação a dita normalidade .
mórbido mas fiel a sua magra figura com contornos fatalistas ,continuou por muitos anos sem desprezar multidões .
rua abaixo sem parar.
manesflama (jose neves)
um homem de trajes convencionais
vai rua abaixo de forma banal
olha os demais de forma normal
sente que a sua caminhada de certa forma
e uma caminhada a que chamaria de habitual
e vai rua abaixo pois rua a cima seria fatal
o homem que que era conhecido da vizinhança
que o conhecia desde os tempos de criança
há muito tempo que abandonara a vontade de controlar tudo e todos
liberto de conceitos e formas planeadas
notou que o mundo no qual caminhava , começara
a caminhar por si próprio .
a tolerância da felicidade apontada a sua existência,como alfinete de ponta fina
pronto a romper o painel do tempo repressiva e amarguradamente ,deprimente .
revelava-se em mistério de forças de vontade emergentes ostentando o quanto a magnitude dos ideais nivela os resultados dos mesmos .
a insanidade incontornável de todos os seus actos
por muitos criticados por poucos ignorados eram a sua mais valia ,no preludio da sua identidade a qual nunca abdicou ,tal fora a adaptação a dita normalidade .
mórbido mas fiel a sua magra figura com contornos fatalistas ,continuou por muitos anos sem desprezar multidões .
rua abaixo sem parar.
manesflama (jose neves)
quinta-feira, 11 de março de 2010
poetas de algibeira
poemas de algibeira
paridos em sofrimento
povoam de sobremaneira
pessoas feitas de cimento
num burgo aperfeiçoado
com maneiras teatrais
por um ser amaldiçoado
feitas poesias banais
a memoria de uma batalha
em que os cravos já murcharam
com pescoço na navalha
que os poetas inventaram
há os que regam na memoria
o canteiro de terra morta
na derrocada da historia
que nos entra pela porta
são poetas de algibeira
que nos impingem amor
queime-mo-los na fogueira
onde o ódio pariu a flor .
paridos em sofrimento
povoam de sobremaneira
pessoas feitas de cimento
num burgo aperfeiçoado
com maneiras teatrais
por um ser amaldiçoado
feitas poesias banais
a memoria de uma batalha
em que os cravos já murcharam
com pescoço na navalha
que os poetas inventaram
há os que regam na memoria
o canteiro de terra morta
na derrocada da historia
que nos entra pela porta
são poetas de algibeira
que nos impingem amor
queime-mo-los na fogueira
onde o ódio pariu a flor .
sexta-feira, 5 de março de 2010
o bom e o mau vilão
o bom e o mau são dois ?
ou um só?
a dualidade e medonha e chega a dar dó
vilanagem!
caricatos.
basta ler aqui e ali
e os seres revoltados
pacatos.
ninguém lê
abandonados!
o bom e o mau vilão
sorri com desprezo no bigode
olha o umbigo e goza
com tamanho pagode
raios parta a todos menos eu!
sou todo poderoso!
sou o teu e o meu!
norte da fuga abalada
o vilão bom e mau
não são nada!
só alma deveria ser cremada.
manesflama (jose neves)
ou um só?
a dualidade e medonha e chega a dar dó
vilanagem!
caricatos.
basta ler aqui e ali
e os seres revoltados
pacatos.
ninguém lê
abandonados!
o bom e o mau vilão
sorri com desprezo no bigode
olha o umbigo e goza
com tamanho pagode
raios parta a todos menos eu!
sou todo poderoso!
sou o teu e o meu!
norte da fuga abalada
o vilão bom e mau
não são nada!
só alma deveria ser cremada.
manesflama (jose neves)
a medo.
rasguei ferozmente a carne podre do teu vestido
bordado de palavras avessas queimadas do tempo vão.
pus a nu a quadra flamejante de cores frias noctívagas
evolvi-te num manto de cristal baço intransponível
cerquei a luz envolvente na esperança ténue
voltei do abismo dançante em que matei a lua
e volto-me para o teatro das serpentes aladas salivantes .
enojas-me!
vomito verbos e adjectivos que eram teus
mato-me para ter o prazer de renascer .
manesflama (jose neves)
bordado de palavras avessas queimadas do tempo vão.
pus a nu a quadra flamejante de cores frias noctívagas
evolvi-te num manto de cristal baço intransponível
cerquei a luz envolvente na esperança ténue
voltei do abismo dançante em que matei a lua
e volto-me para o teatro das serpentes aladas salivantes .
enojas-me!
vomito verbos e adjectivos que eram teus
mato-me para ter o prazer de renascer .
manesflama (jose neves)
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Um poeta não existe .vegeta !
reconheço que fingir é brincar com a verdade.
o real imaginário a fuga audaz do quotidiano.
perder-se no virtual em busca da realidade.
é um ser sem existir rodopiando antes de cair
mas se fingir é brincar?
brincar será fingir?
qual é a linha que separa o real do virtual?
o ego do poeta é o real ou o fingimento ?
será que fingir o virtual é tocar o real ?
pode ser-se poeta e desmascarar-se ?
no seu ego fulminante que cega ao ponto de não se poder rever.
e com facada certeira acerta o seu próprio peito ferindo todos a sua volta .
cria sem fadiga emoções, suposições, cobardias ,fragilidades .
exorta nos leitores a viagem egocêntrica o rancor descaracterizado .
sobe ao pedestal por ele imaginado .
e cai .
sim cai !
e depois de cair sente que a realidade e mera inexistência.
um poeta não existe ,
vegeta !
o real imaginário a fuga audaz do quotidiano.
perder-se no virtual em busca da realidade.
é um ser sem existir rodopiando antes de cair
mas se fingir é brincar?
brincar será fingir?
qual é a linha que separa o real do virtual?
o ego do poeta é o real ou o fingimento ?
será que fingir o virtual é tocar o real ?
pode ser-se poeta e desmascarar-se ?
no seu ego fulminante que cega ao ponto de não se poder rever.
e com facada certeira acerta o seu próprio peito ferindo todos a sua volta .
cria sem fadiga emoções, suposições, cobardias ,fragilidades .
exorta nos leitores a viagem egocêntrica o rancor descaracterizado .
sobe ao pedestal por ele imaginado .
e cai .
sim cai !
e depois de cair sente que a realidade e mera inexistência.
um poeta não existe ,
vegeta !
de mim
ela veio triste rua a cima
e eu no canto da sala calado
a espera da mudança de clima
que lava o sangue derramado
ela veio triste e sem aviso
só ,matreira e acutilante
de tez franzida a passo preciso
rompendo o infinito distante
e eu no canto da sala calado
esperando sóbrio o odor letal
gritei a medo insonoro o medo
com formas de animal multicolor
paleta de artista sonâmbulo
pianista poeta pintor ,cardeal.
e eu no canto da sala calado
a espera da mudança de clima
que lava o sangue derramado
ela veio triste e sem aviso
só ,matreira e acutilante
de tez franzida a passo preciso
rompendo o infinito distante
e eu no canto da sala calado
esperando sóbrio o odor letal
gritei a medo insonoro o medo
com formas de animal multicolor
paleta de artista sonâmbulo
pianista poeta pintor ,cardeal.
Detesto pensar que sou poeta !
um poeta engana-se a si mesmo
procura nas palavras o que não tem de facto
e um mero cínico capaz de inverter amor em ódio , paixão em solidão!
e um canalha !
e esmera-se a vaidades fictícias .
alimenta o seu próprio ego e o de quem se revê
nas rimas que excreta .
detesto pensar que sou poeta !
procura nas palavras o que não tem de facto
e um mero cínico capaz de inverter amor em ódio , paixão em solidão!
e um canalha !
e esmera-se a vaidades fictícias .
alimenta o seu próprio ego e o de quem se revê
nas rimas que excreta .
detesto pensar que sou poeta !
quero-te ainda mais
levo-te para bem longe
e la longe me desespero
de não te querer deixar .
abandono-te , amaldiçoo-te,
escorraço-te! levo-te para bem longe
e la longe já sinto que a tua presença me aflige . que o ar me sufoca ,que o sol me queima ,
que o pó me engole !
levo-te para bem longe
e la longe onde o sol se confunde com outros sois tu és fria .
tu és incolor , insípida,
inodora ,insignificante !
mergulho na agua podre
de um lago profundo de cadáveres .
procurando-me ,evitando-me !
nado em agua seca de um mar
deserto de amor banal.
banho-me em laminas afiadas que rasgam
o sentimento frágil,amedrontado.
repito os rituais
dementes labirinticos que
desaguam em ti .
no recalcar das lágrimas de sangue
e pétalas de rosas brancas
tu sais feroz ,
capaz de atormentar de novo
quem um dia te abandonou.
e la longe me desespero
de não te querer deixar .
abandono-te , amaldiçoo-te,
escorraço-te! levo-te para bem longe
e la longe já sinto que a tua presença me aflige . que o ar me sufoca ,que o sol me queima ,
que o pó me engole !
levo-te para bem longe
e la longe onde o sol se confunde com outros sois tu és fria .
tu és incolor , insípida,
inodora ,insignificante !
mergulho na agua podre
de um lago profundo de cadáveres .
procurando-me ,evitando-me !
nado em agua seca de um mar
deserto de amor banal.
banho-me em laminas afiadas que rasgam
o sentimento frágil,amedrontado.
repito os rituais
dementes labirinticos que
desaguam em ti .
no recalcar das lágrimas de sangue
e pétalas de rosas brancas
tu sais feroz ,
capaz de atormentar de novo
quem um dia te abandonou.
os amantes da alvorada
os amantes da alvorada
são capazes de tudo
e esquecem a madrugada
num nascer do sol mudo
envolvem-se em caricias
por vezes brutais
na cama no quarto no chão
são sinceros e reais
como as bombas no Afeganistão
os amantes da alvorada
são destemidos e bravos
matam ódios de rajada
são cúmplices da natureza
trocam balas por cravos
são amantes da beleza
saem a rua já tarda
repletos de harmonia
são amantes da alvorada
cobertos de nostalgia
a real façanha pergunto eu
que perco o sentido do tempo
neste quarto escuro de breu
onde a luz nem sequer espreita
com medo do pensamento
da noção do amor sóbrio
aos amantes da alvorada
que se amem sem desperdício
que neste mundo de guerra
não amar e quase vicio.
são capazes de tudo
e esquecem a madrugada
num nascer do sol mudo
envolvem-se em caricias
por vezes brutais
na cama no quarto no chão
são sinceros e reais
como as bombas no Afeganistão
os amantes da alvorada
são destemidos e bravos
matam ódios de rajada
são cúmplices da natureza
trocam balas por cravos
são amantes da beleza
saem a rua já tarda
repletos de harmonia
são amantes da alvorada
cobertos de nostalgia
a real façanha pergunto eu
que perco o sentido do tempo
neste quarto escuro de breu
onde a luz nem sequer espreita
com medo do pensamento
da noção do amor sóbrio
aos amantes da alvorada
que se amem sem desperdício
que neste mundo de guerra
não amar e quase vicio.
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