terça-feira, 25 de maio de 2010

poesia enigmática

pondo-me de costas
viro-me do avesso
pasmo com as cobras
que envenenam o verso

cripta dormente
cardos fluorescentes
almas no sol poente
presas pelos dentes

caca de pardal
ovo de tartaruga
taça de cristal
na face uma verruga
ponto final
cripta matemática
poesia enigmática

manesflama (jose neves)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Por onde andas tu?


Por onde andas tu?
Velo a tua presença
sinto a tua distancia
as sombras num branco nu
causam tamanha descrença
ruindo sonhos de criança
nos beijos de pétalas irreais
em lábios de sal vermelho
com raiavas existenciais
por querer ser uma vez mais
o pincel frenético
a tinta mórbida
o pano cru
por onde andas tu?








manesflama (jose neves)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Desculpem qualquer coisinha

desculpem qualquer coisinha
audaciosos e ilustres senhores
que escrevem de forma tão fofinha
sobre a vida e seus amores

desculpem a minha teimosia
de falar-vos de forma frontal
das coisas que descrevem
uma existência nojenta e banal

porque fogem com a ladainha
do amor e alma em sofrimento
desculpem qualquer coisinha
morrem homens neste momento

sem causar muito alarido
gostaria de salientar
o homem foi mal parido
esta na hora de consertar

nunca parem de escrever
mas tenham muita atenção
amor podre e alma fútil
aguas podres da educação

desculpem qualquer coisinha
é que ao silencio não me retiro
fazer barulho é coisa minha
porque não sou um vampiro!







manesflama (jose neves)