segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

instinto

nao sou escritor erudito
nada do que escrevo e academico ou ensaiado
dou erros de ortografia e sou mal acentuado
sou de poucos recurssos monetarios
e para alguns ate sou maldito
escrevo e pronto
como nao sou das letras sabio
as palavras saeem soltas
como o suor dos operarios
de um poema faco um conto
de um soneto um arrepio
e nunca tenho rimas prontas
musicalidade nem sinal
que as silabas me perdoem
esta minha incapacidade
nao sou la grande coissa ja sabem
mas que nao o faco por mal
nem teria veleidade
sou um mero animal

domingo, 24 de fevereiro de 2008

a amizade

nao quero ser inventivo na descricao desta palavra
nao quero ser repetitivo no suposto sentir da mesma
somente me questiono das vezes em que e usada em vazio
dos altares que lhe sao feitos meras fantasias
nao ouso sequer pertencer a essas engenhosas coisas
multidimensionais que confundem baralham atrapalham
a mera distancia entre a vida e amorte
os opostos sempre juntos
o amor e odio
sinto cansaco sinto frio
sede e fome
calor e riso
a faca no peito afiada a romper a carne
e o sangue a correr
o corpo a cair
e tudo a comecar de novo
la detras das sombras onde a noite abraca o dia
e saimos encantados da mentira a que somos sujeitos
do que aceitamos e que pedimos por tudo que seja verdade
que o som dos meus gritos ecoe pelas veias dos vivos
e que o reflexo enalteca os mortos
e que nunca ninguem deixe de falar sobre a amizade

pedra perdida

na rua onde moro que e como outras iguais
parei interrompido por uma pedra que estava a chorar
e continuei
nao dei atencao pois achei eu que as pedras nao choram
as pessoas que passavam so passavam e passavam
uns fumavam outros converssavam outros traziam jornais
so para ter a ceteza decidi voltar
e voltei
parei interrompido por uma pedra das que perguntam
se eu achava que as pessoas eram todas iguais
nao dei atencao pois eu estava a procura de uma pedra que estava a chorar
e procurei
procurei
procurei
e nunca mais encontrei a pedra que achei que estava a chorar .

sábado, 9 de fevereiro de 2008

rosa branca

do compasso que descreve a vida
tres estorias vou contar
uma de uma rosa branca
outra menos triste
e uma que acabei de inventar

comeco pela menos triste
que decerto vai gostar
e que descreve coisas belas
sem intencao de encantar
uma mulher de sete pernas
foi parir de oito meses
deu a luz um belo homem
guerreiro forte e audaz
padeceu inocente lutando pela paz
passemos a rosa branca
que era do meu jardim
floresceu de madrugada
veio o dia e ficou vermelha
como pode a luz ser tao cruel
um sentimento descrevo agora
na estoria que inventei
copiando a engenharia das coisas
fiquei aterrado frio de gelo
que acho que nao e realidade
acordei de um pesadelo

fragil

sento-me na minha cadeira velha e leio
um belo poema de verssos transparentes
deixo-me levar ao som da melancolia
recordo dias em que tarbalhava ate tarde
a espera de alcancar algo que enaltecesse
a minha forma egoista de pensar
foi que me veio a memoria uma bela imagem
que nao ouso esquecer e que de certa forma
retrata o que de inexplicavel pode acontecer
era ja tarde e teimava em continuar a ler
e a fazer de conta que a sua presenca era singular
que bastariam devaneios breves e tudo seria diferente
que engano
descia as escadas de forma suave
pernas tremulas e esguias
um busto imponente de formas bem defenidas
pousava as maos de uma pele doce e fragil
no parapeito que dividia as escadas de uma varanda
e la descanssava e partia suave
era asiim o principio de mais um fastidioso dia
saber o que possa fazer de certo so me atrevo a adivinhar
a realidade supostamente nao me agradaria
o dever de encontrar respostas brutais que desmascarassem o seu dia
e era como quem nao ve
voltava do seu encontro com a fragilidade adormecida
serviria de esquizofrenia a sua disputa da vida
e avancava
fiquei a admirar a forma ligeira dos seus passos
sem dar importancia ao peso que a sua consciencia transportava
e ia todos os dias ver e nunca cheguei a perceber
porque deste desencontro forcado desta desmarcacao
e ainda pensso que deve ainda hoje ser a mesma .