sábado, 6 de janeiro de 2007

sussurrar de ouvido

vou caminhando no passeio da solidao
de ca pra la solto pela imensidao
de ser esvasiado da perguica emocao
ando acorrentado com facas afiadas
ao peito descoberto correndo o gume pela carne podre
sofro a demencia do prazer que os vermes sentem
ao devorarem a carne apodrecida dos cadaveres da evolucao
em orgia banal que cumpre o seu destino
fundamental e propositado sinto o calor humano
tepido em evaporacao que sozinho vou ficando
nesta minha descricao maquinas e maquinas
uivao na percepcao do homem que produz sem malicia
sem pedir
megabites,megahertzs, e outras definicoes vao sendo
mais usuais do que a beleza e ate o amor
sinto o electrico calafrio do desprezo da humanidade
do escritorio do autocarro e ando leproso no caminho da solidao
se assim for a ecletica malicia
predizer o meu destino erratico
sofrego padeceria num leito apodrecido
uivo bem alto que ninguem me dissera
que do som que emanei estatico
nasceria desta forma
um sussurrar de ouvido.