segunda-feira, 12 de julho de 2010

Um Deus meu

do peito aberto
um coração bionico
um ser altruísta
sangue anticolérico
paz no mundo
ao homem imundo
que domina a existência
haja prudência!
falácia teatral
pagode brutal
fecha-se o peito
esparrama-se no leito
ferve o sangue
esteriliza o ódio
engole-se a paz
um cálice de vida
um beijo de vinho
um sorriso cruel
as palavras soltas
mortas no papel
raios partam a ciência
que não nos salva
pó distinto
alto!
voltem as costas !
alto!
dormem que já passou?
e dormem que sereno passa a barca .




manesflama (jose neves)


segunda-feira, 5 de julho de 2010

Sou pela ultima vez feliz


fecho os sentidos pertinentes
procurando descrever-te sentir-te
viajo nas aguas cristalinas da ambiguidade
passando por verdejantes montanhas de paz
socalcos da mais pedregosa futilidade
em que me perco observando o sussurrar do vento
esvazio a mente aquela que emparedada me cegou
aquela que já não faz sentido e desvairado vou
vou ao teu encontro vou cair na areia
escaldante das tuas margens
sentir o perfume das tuas pétalas
que dançam um bailado ao som da luz que me encanta
que me faz sentir menino um menino capaz de gritar
de ser homem de ser fonte seca de desespero
as correntes que me sussurravam ferromagnéticas
acrobáticas sinapses desmembradas sem razão
vejo-te agora na margem do silencio
verde de capim de folhagem virgem coberta de raios de sol
sou pela ultima vez feliz .



manesflama (jose neves)