terça-feira, 22 de novembro de 2005

ao meu pai

lembro de ver fotografia antiga ,
a imagem impressa sorriso discreto,
bem penteado cabelo ondulado para tras.
era moda.
solteiro pois claro ,transpirava um olhar de quem pensa com vigor.
vejo outra ja casado barba longa e mais pesado.
fez da vida o que quis ,cantou fado bebeu cafes , maltratou-se ,foi feliz.
tudo isto esta fotografia me diz , mas ,imagens trago eu na caixa do pensamento
de quando brincamos depois do almoco, sempre sempre apressado fuga contra tempo.
fui crescendo com a imagem de um grande homem .
sempre forte mas cansado.
sempre atento mas por vezes desmotivado.
agora eu ,que sou um homem que convive com este homem ,amiro a coragem.
desprezo quem com vigor sempre lutou contra, o que por ser seu pensar ,por dar a sua vida, por defender ideais, lutando ate contra esses ideais deu razao a minha admiracao ,
do meu pai homen do seculo xx.
num pais de lesmas.
homem do mundo a sua imagem este e o meu pai
este sou eu

quarta-feira, 16 de novembro de 2005

Ane Li o outro lado do sol

como ventos que se encontram
mares que se cruzam seremos
barcas voadoras que remam
contra gigante mares ermos

barcas voadoras que remam
ira solene odio rir
polen da flor de mim seras
a face rosada a sorrir

e de la raios seus emanam
nao sou cristo nem barrabas
forte como tu encandeias

ofuscando o nosso amor
seras mae mulher amada
corda forte atordoada

introspeccao

grito bem alto desaforado!
chao de pes mascara fluente.
risos petalas de rosa .
trigo maduro sol escaldante!
fervo agua queimo ripas,
canto passaro primavera!
dou por mim desanimado.
falta chama falta prosa.
tal crianca sou quem fitas!
sou cavalo sem quimera!
cavaleiro despojado!
es a flor de que cuido,
no canteiro milenar.
em que vivo morro,
e nao posso acabar !
sem olhar o sol escadante ,
do deserto em que vivo,
travessia torturante !
rosa espinho cru !
vermelho! sangue! lembra ,
o leito em que me perdi.
sou carne velha! mas tenrra !
calice de vida em ti!
pedregulho cimento e cal,
elementos que vivi!
es a flor que cuido em mim.

terça-feira, 15 de novembro de 2005

patria sangue

um verso coado no filtro da vida
um verso manchado no rio da sabedoria
um ser inacabado disforme insipido
uma faca que sangra o veu despido
e nu de face amachucada enxovalhada
contrapondo a vida em sobria correria
contra o vento contra o tempo
o vento que afasta, o tempo ,que distancìa
o homem grande o homem pequeno a morte
resto que fica e marca o sentimento fùtil
o barril de polvora o linguajar as vestes
tudo isto e efemero
ah!PATRIA SANGUE!!

vestes as roupas da mulher fertil
pariste um lagarto no altar
sangraste uma galinha ,para que?
corres no tunel do tempo contra ti
contra tudo contra todos .
amaste todos os homens com o mesmo fervor
e so ,sempre so, dormiste com todos .
filhos que lutaram por ti morreram !
homens que foram ao teu cerimonial morreram!
mulheres que por ti sofreram as maos da tua crueldade
es o centro convexo a ilustracao do que queres ser
mas passeias na avenida de mao dada com o odio!
ah!PATRIA SANGUE ! AH!PATRIA SANGUE!

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

refleccao sumaria sobre o existencialismo

eu existo!
eu pressisto
eu isto .
eu aquilo.
eu nada.
eu tudo.
eu calado.
eu eu eu eu.
que merda !
que falta de cinismo ,extravagancia de ser.
a alma existe ?
o ser pressiste?
a faca nao consegue romper a carne comida dos
devoradores da existencia
as latas que batem
os caes que ladram
no meu funeral anunciado
eu existo!
que merda!

terça-feira, 1 de novembro de 2005

pudor

ela passa e fica ali.
sonho com ela discreta
passa e fica ali .
secreta!
ela faz que chora .
mas ri .
danca com o vento a lua.
ela e o icone fragil.
venero-a!
guardo a sua imagem.
rasgo do meu passado todas as outras imagens !
fragmentos que queimo sem fogo.
fogo que so arde para mim .
e vejo-a discreta
nua .
a pele a reflectir todos os raios de sol,
que alimentou todos os meus veroes.
saio a rua em sobressalto,
desmaio !
acordo, respiro o pouco ar que tenho ,
grito !
mais alto que o ruido da noite .
sinto-me enfraquecer, chego-me a ela ,
e a voz que antes rompera a velocidade do som ,cai em redondo e fico somente com a sua imagem!

dissolucao

a erva que rompe de um solo mineralmente puro.
o sal que deposita nas margens beijadas do sol na salina .
dadivas inquestionadas da natureza .
perpetua irmandade .
severa a face que alisada por ter sofrido da erosao da memoria .
cai em rebolao e a descida parece sem fim .
damo-nos calados !
damo-nos surdos!
damo-nos !de inocencia !
escarnio da era dos perdidos .
sofrega cidade de amantes da decadencia .
sofridos.
arrebatados .
sem pressistir na demencia a que sujeitos nos enconchamos como desaparecendo
deste horizonte perfido que inala morte!
destruicao !
sangue das facas afiadas,
na pedra do temnpo reflexo da imagem negra do ser .

sábado, 4 de junho de 2005

canta uma cigarra

la na minha aldeia,desculpem ,eu tenho uma aldeia
acho que tenho pois eu nasci la !
dizem os mais antigos que quando uma cigarra canta
alguem ,morre ?
que triste .
penso que quando alguem canta e pesso desculpa a cigarra , algo de mau nao pode acontecer .
rasgo a minha ligacao
canto uma cancao ,corro sem destino
vejo o sol a descer de dentro de as nuvens que rasgam de branco o azul calmo do sol.
algo se encanta em mim
de so a cigarra canta .

domingo, 1 de maio de 2005

como se fosses tu

como se fosses tu !
sol de mil estrelas
alimento suave
da face suada
da alma acabada
consomes o meu ser
destrois os meus sonhos
fico aterrado
acabado
conquistado
o sangue meu ja nao e
do sal da terra purificado
os tons brancos da vida
o suar de um cavalo
como se fosses tu!

la no jardim

olho e nao vejo
sinto e nao percebo
acendo um cigarro
sonho com o beijo
que tive conquistado
batalha perdida
olho e nao vejo
conquistado o cigarro
que dentro do carro
acendo o sonho
conquistado o beijo
que tive e nao sinto
olho e nao vejo