terça-feira, 30 de novembro de 2010

vale a pena mudar

poetas operários de letras
esta na hora mais que certa
deixem-se de tretas
usem a linguagem correcta

ensinem as gerações
que a luta sem paixão
não aquece os corações
sedentos de pão

a fruta que nos roubaram sempre
é nossa por direito
e se houver uma bala que entre
que venha direita ao peito

ao menos mata
não engana
professores do regime
sofrem de esgana
o aluno deprime
a liberdade sana

sois podres e fedorentos
gritem alto que vale a pena lutar
vale a pena mudar

sábado, 6 de novembro de 2010

escrita de sangue


este poema senhores poetas e poetisas
não foi feito para ser acarinhado
tem espinhos cravados em peles caídas
ensanguentadas por lambidelas adaptado

falo com uma faca espetada no bucho
que me expõe as tripas fedorentas
saem com fel palavras de repuxo
que exacerbam hostes pestilentas

escrevo com a cor do sangue da minha nação
na esperança dividida por causa nobre
parem poetas frívolos de tanta paixão
insuportável angustia desta escrita pobre

caros poetas e poetisas com a liberdade em estandarte

escrevo como vomito

decerto não é arte .

longa é a estrada


quero dizer-te que ainda espero po ti

neste lugar sem ter mudado nada

absolutamente nada

quero subir ao alto da pedra mais alta

gritar em voz ensurdecedora

fazer os rios pararem com dores nos rins

quero dissipar o nevoeiro das árvores

espessas

quero tocar piano nas nuvens quentes

quero ter o teu sorriso

enquanto espero ainda por ti

quero que depois de quedada a ultima folha de

outono

depois da neve de inverno

sóbrios

de manha na serenidade do alvorecer

saibas que definitivamente espero por ti .