sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Prado. E.

ao sugerires um dia que eu fosse beber do mar
toda a agua todo o sal todo o ar todo o iodo
ao sugerires um dia puderes fazer parte
dos meus verssos e neles assombrares
todas as noites que passo a pensar em
fazer de ti a minha fonte de inspiracao
farssa que corroe as minhas veias e sufioca o meu ser
e sinto-me cansado como se trabalhasse dias a fio sem parar
como os operarios como os politicos como as forcas quimicas
mas nao deixo de pensar em ti
mas nao deixo de querer estar contigo
mas nao deixo de te imaginar minha
e nao penso
e nao estou
e nao es
ja pensei em beber toda a agua e secar todos os mares
ja fiz do dia noite e da noite dia
e falhei
e voltei a falhar
sou um falhado
sou um maltrapilha
sou um idiota
sou idiota e ando todo contente
ah ! que ilusao o amanha
a desilusao de manha .

es tu ou sou eu?

a forma mais estranha e bizarra de de que de ti me lembro
e de estares sentado naquele sofa velho forrado a pano
e la passares tempos interminaveis a pensar ou a viver no teu mundo
inevitavelmente dou por mim a tentar perceber o que te faz assim
o que e que possas ter que faz com que as pessoas te vejam diferente
que bastam alguns minutos de converssa e parece que ja fazemos parte do teu mundo
embora de uma forma muito distante mas mesmo assim fascinante
sei que nao tens crencas religiosas que te emocionas com as coisas humanas
que falas de arte e do trabalho como uma so forca intenssa forma de vincares a tua posicao
por vezes es bruto magoas e sais de ti de uma forma animal revoltado e sincero
a minha subtileza deixa-te triste e nao consegues passar esse malvado ser
para ti nao passo de outro grande universso sim porque para ti um ser e um universso
sentarme-ei naquele sofa e esperarei por ti todos os dias e se nao adormecer dirte-ei tudo o que penso de ti.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

para ti minha irma

de busca aos anos passados
as memorias que ficaram
deixariam marcada a figura
qual guache esbatido em tela
pinceladas de tinta aos montes
espatuladas assim figuram
desenhando lembranca pura
dois irmaos de bracos dados
os segredos que mormuram
sao assim relacao forte
brincadeiras a luz de vela
que roubam vida a morte dela
na pintura que se forma vaga
faz do pintor um sabio do presente
navegador cansado do infinito
so, pintando vai ,vai dizendo
alma mais quente que o sol
os segredos que mormuram
dois irmaos de bracos dados
desenhados no papel ganham vida de graca
eram prova do artista
que se esmera a dar as palavras a vida que nelas pinta
e furioso em acto de vilania ,
vende a obra em leilao de caridade
os dois irmaos de bracos dados
chorando pediram ao pintor
que nem que voltasse a pintar
-nao desenhes a nossa dor

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

o fim assim

longe de tudo estamos ,das casa das pessoas das ruas e dos seus ruidos ,estamos de tudo bem longe.

poderia ser uma forma de lamento
poderia ser uma forma de sofrimento
poderia ser uma forma de imaginacao constante

um ruido
um ser perdido

um oasis coberto de jasmim e flores de seda
um paraiso no sonho que se torna disforme no sono profundo

a cidadania nobre das moleculas de odor
a melancolia translucida do homem predador

faminto voraz soberbo individualista
a soberania exerce uma tremenda forca confiada a si mesmo
e por de traz da sombra cai em dor mortifera

e capaz de tudo dos olhos vermelho sange a lembrar coagulos de fogo
sai o terror como vomito em rompante

o animal esta morto
o animal esta morto

celebra-se o evento
canta-se o acontecimento.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

assim sera

sempre convivi com a sensacao de que estar certo nao dava certo
de que cquestionar seria melhor do que dar por conquistado um espaco no desconhecido
uma erva que aflora no deserto
um fio de agua que evapora sem ruido
um ohar deconfiado sobre tudo o que me rodeia
um admitir electrico do curioso desvendado
irracionalidade espontanea que escoceia o pensar
devastando as imagens obtidas no seio da alcateia
que deixa preplexo qualquer mesmo o mais desmamado
contraditorio ou louco objecto de luxuria no desvendar
da mensagem menos sobria ao descrever de nocoes
alimento a secura das palavras que ao ler dissipam
as lendas minunciosas que imortais e anciaos
dao cor e vida aos enfermos do pensamento
corroidas emocoes
vertebras incandescentes
espadas de gume bem afiado
que rematam o momento
ai que vou aos trambulhoes !
e jamais serei perdoado
que escrevendo vou desabafando
e do buraco negro sem sombras abro-te as maos
suadas gretadas e reveladoras das mais ferozes verdades
e intransegentemente
so assim sera

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

breve memoria

chegando assim a casa da minha tia
fiquei muito espantado com o que la se fazia
depois de me compor e com muita subtileza
comecei a perguntar dando a volta a questao
nao evitando a parodia nem sequer a confusao
da verdade intransponivel dos olhares a mesa
onde tudo regelou com tais pueris jogos
e dos olhares so saiam faiscas de grandes fogos
acalmados os animos com as minhas fantasias
assim ficaram tambem todas respostas vazias
ninguem sabe ao certo o que se passou nesse dia
em que cheguei assim a casa da minha tia .

manes flama: certo dia ...

manes flama: certo dia ...

certo dia ...

ola bom dia como esta ?
perguntei um dia de inverno ,
como a vida e simples... ,sera?
as cores de um dia taciturno
tipico da epoca do triste encontro
nao penses que te safas !
deu em jeito de ultimato
poderiamos talvez conversar?
negacao abrupta de maos dadas
tocado o inverso posto de parte o sapato
retirada a seiva do suposto
seguindo viagem na sua imensidao
o imediato assustava !
no horizonte a calmaria
ja ninguem se atreveria
ja ninguem axincalhava
o ruido isurdecedor ja nao se manifestava
ola bom dia como esta?
converssa acabada !

sexta-feira, 18 de maio de 2007

num amanhecer tardio

vivo numa casa de palhas .
armei o cerco a vida que tenho;
fragil, magica , encantadora!
embolorada de fetidas sombras ,
como livros que vao dizendo o
conto de fora para dentro.
das paredes escuras fechadas ;
por vezes sombrias, iluminadas, somente
pelo desvendar de sonhos inacabados ,
dos aventureiros da virtude!
e la estou eu a fitar as tabuas
como se tratasse de um tal misterio desvendado
que sai da luz das palavras que compoem o texto
do fertil amanhecer.
da pele queimada pelo abrasador sol que passa
de socalco entre os dedos das nuvens que olhamos distante,
bati com a mao no banco de madeira !
tao sujo e gasto em que me sentei
um dia de sol quente
e fiquei a espera de ti.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

transtornados ,ou sera transformados...sei la!

recordo o local da minha infancia
o espectro da vida a preto e branco
que em todas as criancas padeceria
em um colorido fernetico de inventor manco

eramos como soldados de um exercito sem bandeira
inocentes criadores de formas de abstrato
de um pouco, que nada era, se fazia brincadeira
da lata de atum ,um carro,dos galhos da arvore, o abrigo
de nada se fazia de tudo o que tinhamos ,conquista de perigo.
o medo era vago
raras as averssoes
forte sentir da vida
depois de viver tudo isso
depois de assistir a toda a trajedia
depois de velar corpos aos quais a vida roubou a vida
quase desejada quase amaldicoada
que pena que e recordar
que alguma vez eu la estive

a ser

recordo o local da minha infancia
o espectro da vida a preto e branco
que em todas as criancas padeceria
em um colorido fernetico de inventor manco

eramos como soldados de um exercito sem bandeira
inocentes criadores de formas de abstrato
de um pouco, que nada era, se fazia brincadeira
da lata de atum ,um carro,dos galhos da arvore, o abrigo
de nada se fazia de tudo o que tinhamos ,conquista de perigo.
o medo era vago
raras as averssoes
forte sentir da vida
depois de viver tudo isso
depois de assistir a toda a trajedia
depois de velar corpos aos quais a vida roubou a vida
quase desejada quase amaldicoada
que pena que e recordar
que alguma vez eu la estive

eternidade

por mais que seja assim
e te veja sempre sempre
eternamente tu
rasgo todas as cartas escritas
que desmaiam ao ser lidas
cansam os olhos de ir
presos aos versos dedicados
a ti... a ti...
desces a rua
vejo-te
sinto-te
venero-te
e la no fundo do poco
la
afoguei o corpo
as pedras negras
humidas emboloradas
olham-me e culpam-me
evito-me
desprezo-me
sinto que te perdi
algo me diz que estou certo
percebo da loucura a que estou condenado
que recluso nao posso ser
a morte e so ela me liberta
causa deste afecto fatal
e o perfume das flores da escuridao
passsa por ti e diz de quanto sempre serei teu.

sábado, 6 de janeiro de 2007

sussurrar de ouvido

vou caminhando no passeio da solidao
de ca pra la solto pela imensidao
de ser esvasiado da perguica emocao
ando acorrentado com facas afiadas
ao peito descoberto correndo o gume pela carne podre
sofro a demencia do prazer que os vermes sentem
ao devorarem a carne apodrecida dos cadaveres da evolucao
em orgia banal que cumpre o seu destino
fundamental e propositado sinto o calor humano
tepido em evaporacao que sozinho vou ficando
nesta minha descricao maquinas e maquinas
uivao na percepcao do homem que produz sem malicia
sem pedir
megabites,megahertzs, e outras definicoes vao sendo
mais usuais do que a beleza e ate o amor
sinto o electrico calafrio do desprezo da humanidade
do escritorio do autocarro e ando leproso no caminho da solidao
se assim for a ecletica malicia
predizer o meu destino erratico
sofrego padeceria num leito apodrecido
uivo bem alto que ninguem me dissera
que do som que emanei estatico
nasceria desta forma
um sussurrar de ouvido.