sábado, 27 de fevereiro de 2010

os amantes da alvorada

os amantes da alvorada
são capazes de tudo
e esquecem a madrugada
num nascer do sol mudo

envolvem-se em caricias
por vezes brutais
na cama no quarto no chão
são sinceros e reais
como as bombas no Afeganistão

os amantes da alvorada
são destemidos e bravos
matam ódios de rajada
são cúmplices da natureza
trocam balas por cravos
são amantes da beleza

saem a rua já tarda
repletos de harmonia
são amantes da alvorada
cobertos de nostalgia

a real façanha pergunto eu
que perco o sentido do tempo
neste quarto escuro de breu
onde a luz nem sequer espreita
com medo do pensamento
da noção do amor sóbrio
aos amantes da alvorada
que se amem sem desperdício
que neste mundo de guerra
não amar e quase vicio.


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