quarta-feira, 17 de março de 2010

debaixo do meu olhar

sem desprezar as multidões
um homem de trajes convencionais
vai rua abaixo de forma banal
olha os demais de forma normal
sente que a sua caminhada de certa forma
e uma caminhada a que chamaria de habitual
e vai rua abaixo pois rua a cima seria fatal
o homem que que era conhecido da vizinhança
que o conhecia desde os tempos de criança
há muito tempo que abandonara a vontade de controlar tudo e todos
liberto de conceitos e formas planeadas
notou que o mundo no qual caminhava , começara
a caminhar por si próprio .
a tolerância da felicidade apontada a sua existência,como alfinete de ponta fina
pronto a romper o painel do tempo repressiva e amarguradamente ,deprimente .
revelava-se em mistério de forças de vontade emergentes ostentando o quanto a magnitude dos ideais nivela os resultados dos mesmos .
a insanidade incontornável de todos os seus actos
por muitos criticados por poucos ignorados eram a sua mais valia ,no preludio da sua identidade a qual nunca abdicou ,tal fora a adaptação a dita normalidade .
mórbido mas fiel a sua magra figura com contornos fatalistas ,continuou por muitos anos sem desprezar multidões .
rua abaixo sem parar.

manesflama (jose neves)

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